Sobre motivação, religião e ciência



Penso que existe uma linha racional quando se pensa em suicídio. Por exemplo: Existe uma elite no mundo que depende da servidão de outros. Contudo, para que esses outros permaneçam servindo a essa elite, é necessário que seja criado um cenário de pobreza financeira e miséria social. Sem isso, num cenário de bem-estar social justo, não existiriam circunstâncias que levassem alguém a ser servo.

Como quem pertence a elite econômica detém o poder, eles exercem o seu poder afim de que quem está em situação de pobreza financeira, permaneça nela para que continue vendo na servidão uma necessidade. Só que a ganância de muitos da elite causa uma exploração da servidão a níveis desumanos, causando assim a desigualdade econômica na sociedade.

A desigualdade econômica sempre foi uma realidade na sociedade humana moderna. Se você, ciente dessa realidade for analisar de maneira lógica, supondo que você nasceu na classe econômica explorada, poderá chegar a conclusão de que ficar vivo apenas para permanecer sendo explorado por uma elite econômica gananciosa é algo que não faz sentido. Ainda mais quando as chances de ascender economicamente são extremamente limitadas, perante tamanha desigualdade e injustiça na distribuição de renda.

Logo, o suicídio parece ser uma opção bem racional. E é ai que entra a religião! A religião surgiu para ampliar a necessidade humana de crer que deve haver uma razão pela qual valha a pena continuar vivendo, ainda que a realidade indique que não vale. Sem a religião, penso que teria sido muito difícil a humanidade ter ido tão longe. E a religião foi útil a esse propósito por um bom tempo! Entretanto, com o passar do tempo, a religião se tornou ineficiente para sustentar a vida, uma vez que acabou se tornando um dos elementos causadores da morte humana, visto que guerras surgiram do embate entre aqueles que defendiam diferentes credos religiosos. Por esse motivo hoje temos a ciência!

Porém, se essa mesma elite persistir em ignorar a necessidade de buscar um equilíbrio social e econômico para que todos possam viver com dignidade, e permanecer alimentando seus anseios egoístas e gananciosos, de nada adiantará o desenvolvimento tecnológico e científico. Pois essas ferramentas se tornarão inúteis ao objetivo de dar uma razão para existência daqueles que continuarão a servir, já que a ilusão de ascender socialmente ficará cada vez mais fraca perante a imensa dimensão de desigualdade que vivenciarão.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Em busca da canção perdida

Sobre ódio/raiva, utilidade e escolhas.