De Bowiesmo

Após compartilhar meu desabafo, estou livre para expor o quanto sinto pelo falecimento da maior personalidade do século XX. Aquele que foi um marco em tudo que conhecemos, quando se trata de meios de entretenimento nos últimos 100 anos.

David Bowie​ foi para mim o estímulo, que eu precisava para deixar minha mente fruir e/ou fluir livre. Aprendi com ele que, independente do que os outros irão pensar, o que vale mesmo é o quanto você emprega de originalidade naquilo que produz.

Desde que ouvi "As the world falls down" pela primeira vez, e me perguntei como alguém poderia produzir uma obra tão magnifica, procurei conhecer mais sobre quem teria criado tão bela canção.
Em busca de mais informações descobri que a música fazia parte da trilha sonora do filme "Labirinto - A Magia do Tempo" de 1986. Corri para alugar o VHS numa locadora perto de casa! E, ao assistir ao filme, acabei me decepcionando. Pensei que o filme estaria a altura da música que havia tanto me encantado. Contudo, não desisti! Busquei conhecer mais sobre os trabalhos, até então, atuais de um indivíduo tão singular.

Foi quando descobri o "Earthling" de 1997. Lembro de assistir o clipe de "Little Wonder" na MTV, e suar frio. Meu coração acelerava e, eu tive a certeza que a admiração tinha quebrado barreiras. Me vi apaixonado pela primeira vez!!! Foi o Bowie que me mostrou que existiam outras formar de ser. E desde então, ele se tornou meu parâmetro para todas as outras coisas que se seguiram na minha vida.

Desde meus poemas, dos quais destaco: a dualidade efêmera e transponível existência. Músicas que compus quando meu pai me comprou uma harpa, dentre as quais nunca esqueci a que mais me deu trabalho de escrever, pois na complexidade de um Bowie pós 2004, quando começou a dar sinais de que sua saúde se esgotava, ficou difícil até de dar nomes das canções. Pois para quem produz arte, elas se findam ao nomeá-las. Mas, enfim saiu a "Ente embaralhado no meu imaginário".

Fui sempre acompanhando tudo o que Bowie fazia, sempre na esperança de que um dia ele viesse ao Brasil. E para minha decepção, ele já tinha vindo duas vezes!!! A primeira no Rock'n Rio de 1990, e a segunda em 1997...época que eu o estava desvendando!!! Foi a primeira vez que chorei pelo Bowie.

Hoje, decorrido alguns anos, me vejo chorando novamente. Agora com a certeza de que nunca mais terei a chance de vê-lo, mesmo que de longe. Ainda que, somente para estar no mesmo ambiente que ele! Nunca conheci nada, e nem ninguém que tenha gerado um sentimento tão forte, como o que eu tenho por esse ícone.

Sempre fui muito lúcido quanto a sua obra. Tinha muita coisa dele que não me agradava! Como é em qualquer relacionamento comum. Mas apesar disso, o que me mantinha fiel era sua atitude, sua postura diante da vida. Mesmo na sua reclusão, ele nunca deixou de se fazer presente.

E é por tudo isso que o Bowie representa para mim, e em tudo que construímos juntos, de maneira indireta...que ele será imortal, nunca deixando de ser a estrela que brilhou numa noite sem luar, me ensinando a dançar e a ver o mundo por uma perspectiva extraordinária, que somente ele conseguia transmitir em seus trabalhos.

Let's dance in our dreams tonight!!!

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