O abismo em que nos encontramos

Todos nos entorpecemos, de uma maneira, ou outra.

Alguns com compostos químicos, outros com orgânicos. Mas todos, estamos sujeitos, mesmo que inconscientemente, a nos alienar fazendo uso de algo para nos alhear da dura realidade que é viver.

Viver pressupõe que você conviva, harmonicamente com os mais diversos tipo de pessoas e situações. Mas essa é uma missão muito árdua.

Em tempos do período Quaternário, nossos ancestrais entenderam que apenas em comunidade poderíamos garantir nossa sobrevivência, num ambiente antes tão hostil.

Em tempos do período Antropoceno, nos qual demos início com a revolução industrial, tornamos o ambiente ao nosso redor tão seguro, que já não nos sentimos mais tão vulneráveis qaunto antes.

A empatia que surgiu da necessidade de cooperação para garantir a sobrevivência, se tornou para muitos algo opcional. E para outros tantos, se tornou algo inútil!

Isso, ao meu ver, tem se tornado constante, devido a essa necessidade de nos entorpecemos. Buscamos uma fuga para a complexidade que é a vida em comunidade, distraindo nossa consciência com todo o tipo de coisas. Drogas (legais/ilegais), comida, dinheiro, sexo, relacionamentos (fraternais/amorosos), religião...cada uma dessas coisas, e muitas vezes, em combinações, acabam saciando essa necessidade, que tem se tornado vital para nossa existência. Assim como foi um dia, com a empatia!

Fazendo essa reflexão, me veio a mente uma lembrança a mente.

Não sei quem fez o seguinte questionamento, certa vez: "Teria deus criado o homem a sua imagem e semelhança? Ou teria o homem criado deus a sua imagem e semelhança?". Daí traço um paralelo entre esse questionamento, e uma expressão que muitos usam, quando não conseguem demonstrar empatia por alguém que já cometeu algum erro duramente condenável, que é: "Errar é humano, perdoar é divino".

O paralelo que traço aqui é: o uso de deus em situações onde não podemos, ou não queremos assumir nossa responsabilidade de usar a empatia em toda, e qualquer situação, não é um pretexto que criamos para nos isentar desse dever que temos, enquanto raça prevalecente entre as demais?

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